Análise Ergonômica do Trabalho (AET)
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) designa o
método de investigação da escola franco-belga de Ergonomia que combina o uso de
diferentes instrumentos e procedimentos de pesquisa para (a) o diagnóstico de
situações críticas de trabalho e (b) a formulação de recomendações que visa
transformar os contextos laborais para proporcionar o bem-estar de
trabalhadores e gestores, a satisfação usuários / consumidores e a efetividade
organizacional.
Do ponto de vista epistemológico, a AET se apóia em
dois pressupostos básicos. De um lado, a compreensão de que a natureza do objeto
de investigação (interação indivíduo-contexto de trabalho) subordina o método,
em conseqüência, o instrumental e os procedimentos empregados na AET. Neste
sentido, o uso da AET não tem como vocação demonstrar modelos teóricos
pré-estabelecidos, mas servir de instrumento de diagnóstico da gênese e
ocorrência de indicadores críticos no contexto de trabalho (ex. erros, retrabalho
e acidentes). De outro, a AET se apóia na lógica analítica do tipo inferencial indutiva
(bottom-up), ou seja, tem como ponto de partida um problema posto por
interlocutores em um campo de pesquisa-intervenção (ex. incidência de casos de
DORT) e busca construir um quadro explicativo e compreensivo de sua ocorrência.
A obra considerada precursora da AET é intitulada
“L’analyse du Travail. Facteur d’Économie Humaine et
de Productivité” de André Ombredane e Jean-Marie Faverge (1955). Neste livro, os autores colocam
em evidência a discrepância entre o trabalho prescrito (previsto) e o trabalho
real (efetivo), enfatizando a necessidade de análise das atividades dos
trabalhadores em situações reais de trabalho como premissa para se compreender
cientificamente a interação entre indivíduo, tarefa e ambiente de trabalho.
Essa perspectiva metodológica se afirma, a partir dos anos 50, com o surgimento
de laboratórios de pesquisa na França, Bélgica e Suíça que buscam compreender a
inter-relação homem-trabalho com foco, sobretudo, em fatores antropométricos,
biomecânicos e psicológicos. Tais iniciativas terminam por forjar uma vertente
de Ergonomia, de filiação francofônica (países de língua francesa), com
destaque para as contribuições de Suzanne Pacaud, Jules Amar, Pierre
Cazamian, Alain Wisner, Etienne Grandjean, Jacques Leplat, Maurice de
Montmollin e Antoine Laville. Esta abordagem se consolida com a fundação em
1963 da Sociedade Ergonomia de Língua Francesa (SELF) em Paris.
Para uma visão mais detalhada, consultar: FERREIRA,
Mario César. Análise Ergonômica do Trabalho - AET. In: CATTANI, Antonio David;
HOLZMANN, Lorena. (Org.). Dicionário de Trabalho e Tecnologia. 1a. ed. UFRGS,
Porto Alegre RS, 2006, pp. 26-30.
Caso os gestores da organização
onde você trabalha tenham interesse em realizar uma Análise Ergonômica do
Trabalho, entre em contato com a ERGONCARE, tal possibilidade abre perspectiva
para que sua organização se torne mais saudável e produtiva, em consonância
com as demandas reais das atividades exercidas em seu ambiente laboral.
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